Santa Cruz do Sul conta com um centro de tratamento para pacientes com pectus excavatum, popularmente conhecido como peito escavado ou de sapateiro. Através de uma parceria entre os cirurgiões torácicos do Corpo Clínico do Ana Nery, Marcelo Fonseca e Rogério Hein, e do professor de cirurgia torácica da Universidade de São Paulo, José Ribas M. Campos, os pacientes com esta deformidade passam a contar com equipe e estrutura especializada para o tratamento.
A parceria foi oficializada após um procedimento cirúrgico realizado no fim de janeiro no Ana Nery, onde um adolescente de 15 anos recebeu o implante de uma órtese metálica para corrigir o peito escavado. O procedimento é realizado por videocirurgia e tem duração de 45 minutos a uma hora, com correção imediata. Os três médicos participaram do procedimento, sendo que Ribas veio especialmente de São Paulo para auxiliar a equipe.
A cirurgia consiste na colocação de uma haste metálica com dois estabilizadores laterais no peito do paciente para a correção da deformidade, permanecendo implantada por cerca de 3 anos para remodelamento completo da caixa torácica. A técnica cirúrgica e o material utilizado foram aprimorados recentemente trazendo inúmeros ganhos para o paciente. “A cicatriz é menor, consequentemente o resultado estético é melhor e o tempo de recuperação diminui consideravelmente”, explica o professor Ribas. O tempo médio de permanência no hospital é de cerca de 3 dias.
Antes Depois
Os cirurgiões torácicos explicam que, a partir de agora, os pacientes da região passam a contar com suporte especializado para avaliações dos casos, orientações e tratamento clínico, que são realizados, em um primeiro momento, nos consultórios dos médicos. Já os casos que necessitam de cirurgia serão encaminhados para o Hospital Ana Nery, que será o centro de referência para tratamento das deformidades torácicas. Este trabalho envolve o apoio de uma equipe multiprofissional com cirurgiões torácicos, fisioterapia, psicologia, enfermagem, nutrição e educadores físicos.
Segundo o professor Ribas, Santa Cruz do Sul é pioneira no interior do Estado a oferecer este tratamento, disponível atualmente somente em alguns grandes centros. “E este é um enorme benefício para os pacientes daqui, pois o pectus excavatum afeta a autoestima dos pacientes e pode trazer alterações psicológicas. Devido ao contorno irregular do tórax, estes pacientes tendem a se retrair, não se expõem em público, evitam atividades esportivas, relacionamentos, convivência com amigos e todas ou quaisquer situações que exijam exposição de sua imagem” afirma.
Saiba Mais: Pectus Excavatum é um defeito congênito e caracteriza-se pela depressão do esterno (parte que divide o tórax ao meio) e das cartilagens inferiores das costas. Em casos graves, além da deformidade física, também têm implicações cardíacas e pulmonares. De acordo com o professor de cirúrgica torácica da Universidade de São Paulo, a deformidade costuma ser detectada na puberdade e acontece em uma pessoa a cada 700 nascimentos, sendo que na maioria das vezes atinge os meninos.
HOSPITAL ANA NERY
