O dia 25 de maio é lembrado pelas entidades médicas como o dia internacional da tireóide. No Hospital Ana Nery, em Santa Cruz do Sul, os Cirurgiões de Cabeça e Pescoço Fábio Muradás Girardi e Luiz Alberto Hauth alertam a população sobre o câncer da glândula tireóide, uma das neoplasias malignas com maior crescimento de incidência nos últimos anos.
A tireóide é uma glândula localizada na parte inferior do pescoço, logo à frente da traqueia. É responsável pela produção de hormônios relacionados ao metabolismo e pode ser sede tanto de doenças relacionadas ao aumento ou deficiência hormonal, quanto de nódulos ou tumores. As alterações hormonais podem ser rastreadas pela análise sanguínea (exame de TSH). A ecografia permanece sendo o exame padrão ouro para a detecção e análise de nódulos de tireóide, embora não exista indicação de rastreamento de tumores tireoidianos na população em geral.
A presença de nódulos na tireóide é extremamente comum e mais frequente em mulheres, podendo alcançar mais de 50% da população feminina acima de 45 anos. Mais de 90% dos casos tratam-se de tumores benignos. Mas, com a melhoria de qualidade dos métodos de imagem atuais e maior frequência de realização de exames por múltiplas razões, a frequência de detecção do câncer de tireóide aumentou de forma expressiva nas últimas décadas.
Mais de 90% dos cânceres de tireóide no nosso meio tratam-se de carcinomas papilíferos, que é a forma menos agressiva da doença. A maioria dos casos de câncer também ocorre em mulheres, com pico de incidência na meia-idade. O tratamento padrão para o câncer de tireóide, seja ele de qualquer subtipo, é a cirurgia. Alguns casos necessitam complementação de tratamento com iodoterapia radioativa. A radioterapia convencional e a quimioterapia usualmente não fazem parte do arsenal de tratamento dessa doença. O acompanhamento e tratamento do câncer de tireóide normalmente é feito pela parceria entre endocrinologistas e cirurgiões de cabeça e pescoço.
Poucos são os fatores de riscos passíveis de prevenção conhecidos. A exposição a materiais radioativos, provocada por acidentes nucleares ou tratamentos radioterápicos é um dos mais bem estudados. No entanto, na maioria dos casos, não se identifica um fator responsável pela doença. Felizmente a expectativa de cura é alta. Para carcinomas papilíferos em estágios iniciais pode alcançar acima de 95%, sendo os melhores resultados na população jovem.